Fico feliz ao ver um amigo falando com entusiasmo de uma viagem, de uma festa, de um jantar, de uma formatura, de uma conquista qualquer ou de uma experiência que tenha sido importante para ele. Isso porque sei que aquela pessoa gosta disso e aquilo a faz feliz, e quando a considero como amigo fico feliz em vê-la feliz - isso pode ser chamado empatia ou ausência de maldade e de inveja. Privilegiado é o ser humano que pensa assim e consegue ficar feliz com a felicidade dos outros.
Já tive todo tipo de amigos. Já tive amigos que falaram mal de mim pelas costas enquanto eu os defendia. Já tive amigos que nunca me deram um elogio pelo meu talento ou pelo meu caráter, mas criticaram quando eu engordei e meus cabelos começaram a cair. Já tive amigos que traem suas esposas, e como não aprovo isso, não me queriam mais como amigo – abre o olho mulherada. Já tive amigos que chamaram o bairro onde eu moro de favela, somente para me humilhar. Já tive amigos que me criticaram e se afastaram quando comecei a aprender inglês, porque isso incomoda os ignorantes. Já tive amigos que ajudei um monte na faculdade e hoje me ignoram. Já tive amigos que tirei muito dinheiro do próprio bolso para ajudá-los, nunca cobrei um centavo, mas hoje me ignoram. Já tive amigos que colocaram defeito quando consegui comprar o primeiro carro popular. E todas essas pessoas, em suas colocações ou atitudes, sempre quiseram me machucar. Me pergunto por quê? Mas conversando com meus amigos de verdade veja que eles passaram por situações semelhantes. Hoje tenho pena da pobreza de espírito dessas pessoas que sentem prazer em ferir os outros. Tenho pena pelo tanto que devem sofrer vivendo diariamente com sentimentos tão desprezíveis.
Mas tive muitos bons amigos também, os quais, pelas suas qualidades, me fizeram esquecer aqueles que nunca foram dignos da minha amizade. Hoje tenho poucos, mas amigos de verdade, e nesses eu confio e posso contar. Há outros que conheci muito pouco, mas sei que poderemos ainda ser bons amigos. Há outros amigos com os quais eu queria estar mais presente. Mas as engrenagens da vida moderna nos transformaram no fluido vicioso e necessário para o seu funcionamento. Com o tempo teremos que abandonar esse sistema. Há também amigos que já partiram e deixaram saudade. Alguns amigos ficaram no passado, na infância, no colégio, na universidade, mas sempre que os vejo tenho boas lembranças e estou torcendo por eles.
E um conselho para você meu amigo: Esteja preparado para ser humilhado no fracasso e criticado no sucesso, porque quando você chegar a algum desses lugares, somente os verdadeiros amigos estarão lá, ou para te dar um braço forte de ajuda ou para te cumprimentar. E esteja certo que serão poucos.
Acompanho o relator, em cada palavra...
ResponderExcluirE digo mais, a maioria das pessoas está condicionada a viver de aparências, a seguir ditames dogmáticos de comportamento, seja religioso ou qualquer outro da esfera da vida cotidiana.
Bacana a menção a esposa. Fui jovem, fiz minhas besteiras, na idade em que aquilo podia ser feito. E aprendi com essas mancadas. Aprendi a reconhecer o valor de quem está ao seu lado. Vivo muito bem com minha esposa, que é com certeza minha melhor amiga, antes de qualquer coisa.
Vivemos bem, mas sem amarras, sem cobranças, gostamos de estar perto um do outro e nos respeitamos. Nossa liberdade é o que nos prende.
Me habituei a ver em bares, um "confessionário" de homens criticando suas esposas, noivas, namoradas, amantes, casos, ficantes, etc. Ela não me deixa fazer isso, me controla, minha vida é um saco, etc...
Viver assim deve ser muito ruim. Procuro ser autêntico em tudo o que faço, por isso faço as coisas que gosto e minha esposa respeita isso, respeita meu espaço, e a recíproca é verdadeira...
Acho que as palavras chave nesse caso são respeito e reciprocidade.
E sobre os amigos, meu amigo, é como eu te disse, em raras e felizes situações parece que nossos amigos já estão prontos, apenas esperando o momento em que a vida nos colocará frente a frente...
Forte abraço...